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A geração da abundância

Virá certamente o tempo da sardinha para cinco.
Há hoje quem reclame direitos adquiridos…esses que vieram depois dos que não tiveram direitos adquiridos, os que viram depois dos meus avós. Direitos que adquiriram depois da fome dos meus avós. Direitos adquiridos com o uso abusivo dos recursos existentes, salvaguardados e garantidos pelos meus avós…
Os mesmos direitos que hoje se alimentam das magrezas económicas da minha geração.
Geração de direitos que se esquece que seus pais comeram apenas as migalhas recessas. Geração de direitos que sem pudor deixa morrer à fome os seus netos…
Que geração é esta detentora de tão soberana regalia de direitos adquiridos que não são capazes de abrir mão desses direitos em nome de uma maior e melhor distribuição das migalhas deixadas pelos nossos avós?
É de facto uma geração que tem direitos … adquiridos na morgue.
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Os nossos Hospitais


Hoje tive a oportunidade de poder ir a terreno sentir o nosso sistema nacional de saúde.
Fui levar o meu pai a uma consulta no Hospital Santos Silva e fiquei absorta.
Só me vinha à imagem as camionetas de transporte de animais vivos, aquelas bem altas cheias de porcos para abate. Por momentos parei a reflectir em tal pensamento e rapidamente me apercebi que a diferença entre o transporte de animais vivos e o hospital é pequena. As pessoas estão para lá atiradas à sua dor. De todo o lado vinha frio. A casa está em obras e nas alas de acesso ao hospital eram frequentes as entradas e saídas de trabalhadores de construção civil com os seus utensílios de trabalho, sujos e transportando terra e pó. Mas fantástico era ver os trabalhadores hospitalares saírem com as suas sandes mas mãos, já meias trincadas, mas ainda vestidos com as fardas de trabalho, fardas que se usam em bloco operatório ou nas enfermarias onde se colocam os doentes…sim os doentes, aqueles que devido ao seu estado de saúde não devem contactar com vírus, bactérias e outros seres nefastos à sua recuperação.
E lá estavam todos. Não sei quem são, nem tão pouco quis saber, mas uma coisa é certa aquilo que sempre em “laboratório” estudei a titulo de dignidade de pessoa humana ali era contraditado.
Ali todos são iguais, estupidamente iguais, são os Antónios e os Manueis deste país que deixaram de ser Doutores, Engenheiros, Professores, Catedráticos, Génios ou meras Bestas.
Sonos definitivamente um país de terceiro mundo com uma mentalidade de reclamação de direitos…sim de direitos, mas que são desconhecidos e pior que pese estejam estes mesmos sempre na boca dos cidadãos e dos políticos, mas que não passam de panaceias.
Conclui infelizmente que os nossos Hospitais são mais parecidos com os Transportes de Animais Vivos do que possa pensar…
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Ideais...como modo e estar



Tenho pautado a minha vida por ideais.
Uns acham-me patética outros alienada. Cheguei mesmo a romper com pessoas mais próximas por acreditar na justiça, na igualdade, na auto - acção em nome da igualdade de distribuição de recursos…
A minha resposta é sempre a mesma… com ideais fantasiosos, mirabolantes, loucos e patéticos sou feliz.
Enquanto a ideia persistir sou capaz de andar, de me mover neste tempo e neste espaço onde o umbilicalismo é quem impera, neste espaço onde em nome da ideia se manobram pessoas, recursos, vidas dignidades.

Fantasiosa, mas viva.
Existam ideias e vontade de as por em prática em nome do todo que será mais fácil viver com o todo, pelo todo e desse mesmo retirar o que necessitamos ara sermos felizes.
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