A vida profissional que levo faz-me prisioneira. Tem – me limitando a liberdade de intervenção cívica e expressão. Tem vindo a roubar-me a liberdade de me exprimir e com vocês trocar algumas opiniões. Num acto de alguma rebeldia para com o carrasco que me sufoca, mas do qual careço para viver, volto a escrever.
Libertei amarras para reflectir colectivamente sobre o tempo político que se avizinha e o papel da mulher neste mesmo tempo. Já num outro número havia escrito sobre a participação da mulher na vida política e a imposição legal através da criação da tão falada e famosa Lei da Paridade (advirto aqui o leitor menos informado que paridade não é o acto de parir, pese possa parecer).
Ao ler cuidadosamente a lista dos cidadãos candidatos aos próximos actos eleitorais que se avizinham a questão que se me coloca é sempre a mesma: então e a famosa lei da paridade? Onde fica o cumprimento efectivo da Lei?
No tempo da discussão da mesma, há meia dúzia de meses atrás, muitas foram as vozes no feminino (nada mais do que uma estratégia hábil da expressão masculina) que defenderam a tese da desnecessidade da dita lei da paridade uma vez que as mulheres valiam por si, não carecendo de muletas. Houve um verdadeiro insurgir contra a referida lei por desnecessária, por reflectir uma expressão de menor idade. Mas a dita Lei foi uma realidade e ao mesmo tempo uma óptima oportunidade para no masculino fazer campanha pública à protecção da mulher. Por este país fora houve direito a jantares convívios repletos de lindas e participativas mulheres, debates sobre o tema em que cavalheiros sapientes enalteceram as virtudes das diferenças naturais da mulher e da nobreza do seu papel… meia dúzia de meses volvidos.
Onde ficou toda essa panóplia de grandezas.
Onde estão as Mulheres deste país? Onde estão as mulheres desta Autarquia? Será que não seremos capazes de nos questionarmos sobre a nossa verdadeira maior idade?
Há erros desculpáveis. Há tentações óbvias, mas há atitudes que não podem deixar de ser tidas.
É da natureza humana a ambição, o poder. É da natureza humana a luta política pelos lugares cimeiros. É da natureza humana o medo “demográfico” do homem ser dominado pela mulher. Porém o que não se aceita nem se justifica é que se venda da dignidade de ser mulher. Não façamos como Pilatos, que pelo papel cimeiro num jantar ou num debate qualquer vendamos a nossa dignidade e a das demais mulheres. o que não é aceitável é este “apartaide” de género que se lê nas listas a candidatos.
Há muito que sei que ser mulher (que me perdoem as excepções) tem sido ter o “digno” papel na política activa deste país de preparar jantares e almoços, esvoaçar cheirosa e bonita em volta de qualquer “chefe”, tirar cópias e cafés. Defender teses anti defesa da igualdade de intervenção e acção das mulheres nos desígnios públicos da nação.
Paridade é efectivamente confundível com parir, acto também digno e bem necessário à nação atentos à baixa da taxa de natalidade, mas hoje a baixa de Paridade reflectida nas listas de candidatos reflecte a mortalidade do valor da Mulher enquanto elemento imprescindível ao Principio da Democracia Constitucional em que se realizarão as eleições próximas.
Paridade…hoje …e ao que reflectem os factos mais não é do que uma hipocrisia da democracia para a qual muito contribuíram as mulheres.
Libertei amarras para reflectir colectivamente sobre o tempo político que se avizinha e o papel da mulher neste mesmo tempo. Já num outro número havia escrito sobre a participação da mulher na vida política e a imposição legal através da criação da tão falada e famosa Lei da Paridade (advirto aqui o leitor menos informado que paridade não é o acto de parir, pese possa parecer).
Ao ler cuidadosamente a lista dos cidadãos candidatos aos próximos actos eleitorais que se avizinham a questão que se me coloca é sempre a mesma: então e a famosa lei da paridade? Onde fica o cumprimento efectivo da Lei?
No tempo da discussão da mesma, há meia dúzia de meses atrás, muitas foram as vozes no feminino (nada mais do que uma estratégia hábil da expressão masculina) que defenderam a tese da desnecessidade da dita lei da paridade uma vez que as mulheres valiam por si, não carecendo de muletas. Houve um verdadeiro insurgir contra a referida lei por desnecessária, por reflectir uma expressão de menor idade. Mas a dita Lei foi uma realidade e ao mesmo tempo uma óptima oportunidade para no masculino fazer campanha pública à protecção da mulher. Por este país fora houve direito a jantares convívios repletos de lindas e participativas mulheres, debates sobre o tema em que cavalheiros sapientes enalteceram as virtudes das diferenças naturais da mulher e da nobreza do seu papel… meia dúzia de meses volvidos.
Onde ficou toda essa panóplia de grandezas.
Onde estão as Mulheres deste país? Onde estão as mulheres desta Autarquia? Será que não seremos capazes de nos questionarmos sobre a nossa verdadeira maior idade?
Há erros desculpáveis. Há tentações óbvias, mas há atitudes que não podem deixar de ser tidas.
É da natureza humana a ambição, o poder. É da natureza humana a luta política pelos lugares cimeiros. É da natureza humana o medo “demográfico” do homem ser dominado pela mulher. Porém o que não se aceita nem se justifica é que se venda da dignidade de ser mulher. Não façamos como Pilatos, que pelo papel cimeiro num jantar ou num debate qualquer vendamos a nossa dignidade e a das demais mulheres. o que não é aceitável é este “apartaide” de género que se lê nas listas a candidatos.
Há muito que sei que ser mulher (que me perdoem as excepções) tem sido ter o “digno” papel na política activa deste país de preparar jantares e almoços, esvoaçar cheirosa e bonita em volta de qualquer “chefe”, tirar cópias e cafés. Defender teses anti defesa da igualdade de intervenção e acção das mulheres nos desígnios públicos da nação.
Paridade é efectivamente confundível com parir, acto também digno e bem necessário à nação atentos à baixa da taxa de natalidade, mas hoje a baixa de Paridade reflectida nas listas de candidatos reflecte a mortalidade do valor da Mulher enquanto elemento imprescindível ao Principio da Democracia Constitucional em que se realizarão as eleições próximas.
Paridade…hoje …e ao que reflectem os factos mais não é do que uma hipocrisia da democracia para a qual muito contribuíram as mulheres.
Maria Manuel Pinto
in Jornal Audiencia de 10 de Setembro de 2009