Ditadura do relativo

Cada vez mais hoje vivemos um tempo de absolutos relativismos. Hoje tudo é relativo e depende da vontade individual de cada sujeito. Resta saber onde fica o bem comum. Na busca constante e incessante de protagonismos todos somos geradores de relativismos. Criamos imagens e ilusões nas quais acreditamos sendo que como resultado final ficamos presos no nada. E de nadas sinto que o todo é feito. Ninguém se responsabiliza, ninguém se assume e tudo é permitido.

Hoje meditando sobre o valor solicitude dei conta de mim a constatar o facto obvio que solicitude hoje mais não é do que a oportunidade de palco. O colectivo consciente é apenas espelho do eu e meio de obtenção de interesses egoístas. O valor pilar da solidariedade de “eu” para o “tu” ou “vós” transformou-se no tempo no mero “eu” para o “eu” usando o “tu” ou o “vós” como meio, como instrumento de reflexão desse mesmo “eu”. Como pode ter sido possível esta transformação? Os meus conhecimentos não me permitem tal valia de conhecimento, mas sinto. Relativismos em tudo. Sinto que hoje o ser não é, é o talvez. Há meia dúzia de anos ouvi um político conceituado em Portugal dizer à boca cheia que só não muda quem é burro…pois é isso que hoje todos fazem mudam e mudam e mudam. Desfiguram-se em nome de interesses individuais de consumo imediato. Antes a venda de corpos e almas eram tidos como desvalor por fazer perigar a identidade do ser e a sua dignidade, hoje é a constância em nome da independência e do “eu quero e poço”. Palcos de luxúria, de mímica, de inexistentes e irrealidades...

Ditadura do relativo.

Impérios de sentidos.

O constante desfigurar do ser humano.

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