Saramago...a voz do anti - Cristo

Segunda -feira, logo pela manhã sou acordada com a entrevista dada por Saramago ao JN…

O meu primeiro pensamento foi: “que espanto, então esta alma vem agora mais uma vez com estas tretas… a Bíblia é um manual de maus costumes” . Li já passagens da Biblia, tenho estudado a Bíblia e em parte alguma me ensinam a roubar, matar, destratar os demais, humilhar o próximo, desonrar pai e mãe, desonrar o marido e os filhos…em fim, não vi onde.

O Bíblia como escrito é poético, metafórico, escrito num tempo histórico próprio que se vem ajustando ao longo dos tempos e das evoluções da ciencia e da técnica. Porém a Bíblia não é de todo um livro para ser ligo apenas no seu texto e sentido literal.

Os comentários de Saramago e provavelmente o seu livro mais não são do que um conjunto de escritos anti – semitistas que se voltam de forma hipócrita para condutas humanas de matriz judaico – cristã de forte pendor humanista e de grande respeito pela liberdade e identidade do ser humano na sua unicidade. Que legitimidade tem Saramago de atirar pedras à Bíblia quando no auge da sua crença comunista aceita e aprova actos barbáricos cometidos pelos seus ídolos Lenine, Estaline, Fidel Castro entre outros? Falta de memória? Mera hipocrisia? Certo porém é que não o vejo escrever sobre o Budismo ou o Islamismo as mesmas coisas que escreve contra o Cristianismo…será por covardia. Uma coisa é certa não fosse a filosofia da Igreja Romana tão Humanista e grandiosa na aceitação do outro que provavelmente seria outra a atitude de Saramago. Mas desde muito nova me foi ensinado que o anti -Cristo é inteligente, hábil e perverso, que se veste de roupagens múltiplas e que através da sedução ludibria a razão dos inocentes… a voz está na rua.

Porém e num acto de profissão de fé acredito que jamais o mal vencerá sobre o bem e a prova da fé é que Deus não sacrificou o filho de Abraão, a metáfora espelha a grandeza da dedicação, da fé de alguém que mais do que amar o que é terreno amou e acreditou no que é supremo.

Talvez, propositadamente, Saramago queira com esta intervenção induzir o leitor à força da prisão terrena…à manutenção da posse do que é deste mundo e que de forma constante e persistente induz o Homem à guerra, á inveja, à intriga ao desamor pela pessoa humana. A prisão terrena é essa sim um usuário de mau viver de maus costumes.

1 comentários:

Anti-saramago disse...

Gostei muito do texto, que subscrevo inteiramente e o qual contêm muitos argumentos corretos. Também tenho escrito sobre esse assunto no meu blog http://cadernoantisaramago.wordpress.com
Concordo que Saramago é um anti-Cristo, e eu, em contrapartida, sou Anti-saramago. Parabéns. Se quiser visite-me no meu blog.