Nada somos
Nada temos
Somos apenas joguete nas mãos do destino
Partículas de nada
Num universo de absolutos
E esta solidão que me mata
Esta falta de tudo e de todos
Só...abandonada.
Eu nada sou.
Num raio de luz tenho tudo
Ou se calhar tive...
Na gota do chuva nada existe
Perdida no vazio
Jogo já mil vezes jogado
Refugio-me no pensamento de alguém
E no fundo
... nada...
... infinitos nadas...
Angustia, dor, tremor itero...
Saber –se em ninguém
Viver no esquecimento...
Ouvi palavras de amor
De amor ardente...
Promessas infinitas
Confirmações surrealistas
Quero Amar ardentemente...
E agora...
Nesta louca solidão...
Nada...
Absolutamente nada.
Somos joguetes na mentira dos Homens
Somos fantoches num vai e vem de posses
Mas na realidade somos o nada
Nem amor eterno
Nem amor terreno
Nada somos
Nada exigimos
Pois nada temos
Só apenas o vazio da alma
E as mãos de nadas...
E as lágrimas caem-me sobre o rosto
Numa luta incessante na busca de algo...
E no fim...
No fim...
...NADA o absoluto vazio do NADA...
Maria Manuel
1 comentários:
O final é sempre o nada, pelo menos para quem não acredita na vida no além. O que faz a diferença é a ponte que cruzamos.Com mais alegria ou menos, com mais ou menos sofrimento, as vezes que caimos e como nos levantamos. O que faz a diferença é a diferença que tu fazes e constrois com os outros, as pontes que na ponte consegues criar, as mãos que te abraçam e amparam, e aquelas que tu beijas com amor, só porque sim, porque vales a pena e alguns outros também. E assim, quando o nada se aproximar, dirás que valeu a pena, o teu coração, cheio, estará em paz, e muitos outros chorarão a dor de perder a diferença que tu fazes. Se eu for depois, será assim. Quem sabe, se for o contrário, também.
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