HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE

O Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina do Porto, em colaboração a Associação Portuguesa de Bioética, procedeu junto de toda a comunidade académica e científica para a apresentação pública da obra "HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE" no passadodia 25 de Janeiro de 2007, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. A obra foi apresentada pelo Padre Vítor Feitor Pinto e contou com a intervenção do Prof. Doutor Rui Nunes e da Dra.ª Cristina Brandão (coordenadores da edição).
Pois é neste meio académico que dei comigo a reviver um dos piores episódios da minha vida. Pois à algum tempo atrás, por infortúnios da vida, acordei num hospital de província deste nosso Portugal. Acordei assustada e sem saber onde estava e porque lá estava.
Não me debruçando sobres as razões clínicas da minha passagem pelo referido Hospital.

Pois foi nesta cessão e logo nesta sob o tema Humanização da Saúde que me havia de recordar de tal episódio triste da minha existência. E tinha lógica que assim fosse. Pois durante todo o meu trajecto académico não me tinha feito qualquer eco a tão apregoada Humanização da Saúde.

Pois lá voltei à cama branca de hospital numa noite em que muitos chegavam e muitos angustiados aguardara como eu um sinal de humanização…pois é que esse não estava lá. Bem sei que é sempre complexa a questão das urgências num final de ano, mas a causa justifica a humanização, penso eu. Pois nessa noite tal como nessa apresentação de obra literária, revivi conceitos como informação, consentimento, acompanhamento e autodeterminação do paciente. Pois naquele hospital havia muita coisa só não havia uma alma caridosa que me saciasse a duvida e me libertasse da angústia de não saber o que fazia ali. E fiquei em plena agonia durante muitas horas. Chamei por quem me ajudasse e nada até que por razões de auto determinação resolvi sair da cama e ir-me embora…pois aí foi mais problemático. Pois foi aí que cheguei à conclusão que a tão famosa relação médico paciente assente em pilares de liberdade, igualdade e fraternidade, como pressuposto de auto determinação base ao consentimento informado na intervenção clínica mais não era do que mera panaceia, pelo menos ali naquele Hospital de Província. Pois bem pude ficar indignada, certo é que de humanidade nada se viu e só aí entendi o quinto elemento à Humanização da Saúde a Vulnerabilidade.

É por causa de toda a trama vivida por mim cujo conhecimento da matéria ultrapassa o mero senso comum que me parece urgente a vasta divulgação do livro e a obrigatória leitura por parte de todos os trabalhadores do Sistema Nacional de Saúde.

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