Desalmados

Leio os movimentos dos Homens...
Leio o olhar dos que não vêm...
Tento ler almas
E coisas
E tento saber o porque das perguntas...

Névoas, apenas névoas

Nada existe no olhar,
E nada se lê nos silêncios...

Apenas a apatia de viver por viver,
Singelas, vidas que flúem
Como se de um rio se tratasse...
Fluem sem vontade
Sem destino,
Sem vida...
Não há luz nessa vivência,
Não se vê qualquer desejo

E vai esse povo carneiro
Movido por nada
Circulando na vida
Como que se essa lhes pertencesse
Como que se para ela fossem importantes

Qual importância
Pleno desprezo…
Gozo dos abutres
Carne para abate

E movem-se por se mover
E fazem parte das estatísticas dos vivos
Como se vida tivessem

Nada, pleno branco
Vazios
Desalmados

Lentos
Indolentes
Molóides
Desalmadas

Apenas numero estatístico...

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