Se há algo que admiro verdadeiramente é a dedicação de certas pessoas por uma causa cívica e humanitária.
Desde miúda que vejo os trabalhos dos missionários civis ou religiosos nos países de carência económica, social e humanitária e sempre admirei tal acto. Sempre olhei para as acções de ajuda humanitária com enlevo, agrado e admiração e muitas foram as vezes que sonhei em abraçar uma dessas acções. Por variadas razões o caminho que tracei foi outro. Curiosamente hoje, não deixando de valorar acções ao estilo Madre Teresa de Calcutá nos chamados terceiro mundo, mas vejo mais além disso. Hoje vejo a necessidade imensa que existe em ser-se missionário de boa vontade nos países do chamado mundo desenvolvido. O desenvolvimento técnico e cientifico arrasta consigo o gelo relacional. Hoje a técnociência obriga todos quantos a um modo de vida despido de humanidade. A ciência médica obrigou os médicos a despir o rosto humano e a trabalhar por objectivos a fim de colmatar vontades dos pacientes, listas de espera, consentimentos informados e hierarquias burocratas cravejadas de “minas” de poder e comando.
É esta realidade que se nos vai afigurando. São os Invernos rigorosos que atraem aos hospitais centenas de pessoas solitárias, pobres e idosos para umas horas de aconchego, companhia ou comida. Sinto existir um abandono forçado pelos ritmos egoístas das sociedades modernas. E é aqui, nesta amalgama de pós - modernidade, de primeiro mundo e desumanização que se vêm os missionários, os voluntários os amantes de causas cívicas e humanitárias. E é com agrado que sinto e que vejo o prazer de quem trabalha por uma causa deste âmbito.
Acções cívicas e humanitárias de Amor ao próximo sem necessidade de compensação, vazia de materialidade, mas repleta de energia de entrega. Acções vividas diariamente pelos voluntários na esperança de um amanhecer de rosto humano.
Sinais de boa ventura, esperança no Homem.
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