A Falência do Prazer e do Amor






















O amor causa-me horror;
É abandono, intimidade......
Não sei ser inconsciente
E tenho para tudo [...]
A consciência, o pensamento aberto
Tornando-o impossível.
E eu tenho do alto orgulho a timidez
E sinto horror a abrir o ser a alguém,
A confiar n'alguém.
Horror eu sinto
A que perscrute alguém, ou levemente
Ou não, quaisquer recantos do meu ser.
Abandonar-me em braços nus e belos (Inda que deles o amor viesse)
No conceber do todo me horroriza;
Seria violar meu ser profundo,
Aproximar-me muito de outros homens.
Uma nudez qualquer - espírito ou corpo -
Horroriza-me: acostumei-me cedo
Nos despimentos do meu ser
A fixar olhos pudicos, conscientes.
Do mais.
Pensar em dizer "amo-te"
E "amo-te" só - só isto, me angustia...

[Fernando Pessoa]

6 comentários:

Luis Cirilo disse...

Confesso que este não é o meu poema preferido de Fernando Pessoa.
É triste,desanimador e revela a visão de alguem zangado com a vida e desiludido com o amor.
Prefiro olhar para a vida de outra forma,mais optimista,mais alegre,mais confiante no futuro

Anónimo disse...

quem falou em zangado com a vida!!!!!
desiludido com o amor!!!!!!
na...é mais um caso de falta de peso, ora diga lá que não!

O Politicopata disse...

Óóóóó Luis Cirilo, caneco... Você está em todas! Despimentos do meu ser??? Óóóóó Luis... Estou a ver que tem aqui uma amiga... Lololololololol???

O Politicopata disse...

Aliás, Lolololololol!!!

Anónimo disse...

Fonix...voces parecem putos. A dona do blog deve ser muito Boa...pessoal...

Unknown disse...

a dona do blog nao é so boa...como se torna uma SUPER MULHER por causa da sua humildade,sua vontade de mostrar ao mundo que seria um mundo melhor "unico"com pessoas como ela...FANTASTICA...parabens