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"Zapatero encerrou debate com centenas de mulheres de 44 países em Madrid

Contra a violência de géneroO primeiro-ministro de Espanha afirmou-se ontem “feminista” com “convicção total”, num encontro com centenas de mulheres espanholas e africanas, que preconizou a adopção de novas medidas de combate à violência de género, nomeadamente no acesso aos serviços públicos.Combater a violência contra mulheres, em particular a prática da mutilação genital, e melhorar o acesso a serviços públicos, são objectivos centrais de um documento aprovado ontem em Madrid, num encontro de mulheres espanholas e africanas. A Declaração de Madrid, aprovada no 2º Encontro Espanha/África – Mulheres por um Mundo melhor, aposta na “planificação, desenho e difusão” de uma campanha de sensibilização contra a violência do género, para erradicar o problema em todo o mundo. Incidindo em particular na mutilação genital feminina, o texto apela ao envolvimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, bem como dos governos, da sociedade civil e de entidades públicas e privadas.A violência de género foi um dos temas abordados pelo primeiro-ministro espanhol, que fechou o encontro aludindo à lei integral de combate ao problema em Espanha, um texto “pioneiro em todo o mundo”. Declarando-se “feminista” com “convicção total”, Zapatero considerou vital conseguir que as mulheres tenham voz mais activa e efectiva em todos os quadrantes da sociedade. “Sou um político afortunado: no governo tenho tantas mulheres como homens. E ainda mais afortunado porque na comissão executiva do partido que dirijo há mais mulheres do que homens”, disse, perante aplausos da plateia formada por centenas de mulheres. O governante reiterou o empenho do executivo na consolidação da “igualdade real e efectiva” de homens e mulheres, destacando a Lei da Igualdade, aprovada no senado, e as campanhas para promoção da mulher em Espanha.O primeiro-ministro defendeu mais legislação dos governos mundiais para travar “o machismo criminal” e o reforço da cooperação com o continente africano, essencial ao desenvolvimento e à melhoria das condições de vida da população. “Espanha e o resto do mundo não podem aceitar, impassíveis, que mais de metade da população subsaariana (300 milhões de pessoas) viva com menos de um euro por dia”, disse. O encontro reuniu centenas de mulheres de 44 países, incluindo todos os PALOP, e o documento aprovado pede mais programas para garantir o acesso das mulheres a serviços públicos de saúde, “incluindo saúde sexual e reprodutiva”. Defende ainda acções conjuntas de formação em liderança e promoção da mulher em postos de decisão, apostando nomeadamente nas mais jovens, e defende a criação de um “manual para potenciar a formação dos educadores”, com critérios de “cidadania, democracia e género”.
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Objectivos
Rede de mulheresFortalecer as redes de instituições financeiras africanas que prestam serviços a mulheres e apoiar a criação de laços bilaterais entre organismos que promovem o comércio justo entre África e a Europa são outros objectivos do documento. Além de programas de sensibilização ambiental, o texto promove um plano de acção que determine os critérios da rede de mulheres criada na primeira edição do encontro, realizada em Maputo, em 2006.
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O dia das mulheres
O Dia Internacional da Mulher assinalou-se ontem com iniciativas em todo o País, numa altura em que surgem alertas sobre a multiplicação de casos de violação dos seus direitos. Segundo a Associação de Apoio à Vítima, em 2006 houve 22 homicídios ou tentativas de homicídio contra mulheres e mais de 13 mil crimes de violência doméstica em Portugal. Uma em cada cinco mulheres sofre uma violação ou tentativa de violação pelo menos uma vez na vida, às mãos de conhecidos e familiares ou de membros de forças de segurança. Lisboa, Porto, Monção, Coimbra, Boliqueime, Caldas da Rainha e Aveiro foram localidades onde houve iniciativas em defesa dos direitos das mulheres. Para umas o dia foi igual a tantos outros, para outras foi de festa, mas todas as que passaram pela estação da CP no Cais do Sodré, em Lisboa, aceitaram a tulipa oferecida pela empresa, que rendeu homenagem a mais de 400 mulheres. No estabelecimento prisional de Leiria as reclusas apagaram o cansaço e maquilharam-se como estrelas, enquanto na Madeira Alberto João Jardim considerou que as leis paritárias que vigoram em muitos países “são ofensivas” e representam um “retrocesso na conquista dos direitos das mulheres”, que devem afirmar-se sem empurrões”. "

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