cartas


No silêncio da noite em plena intimidade com os meus pensamentos, lembrei-me do cheiro da flor de laranjeira, do calor de verão e dos passeios ao fim da tarde. E lembrei-me com saudade das cartas que se escreviam outrora. Na aldeia da minha meninice era o meu avô quem ao fim da tarde lia as cartas da aldeia...e eu petiz aprendiz de letras escrevia as linhas ditadas a medo do erro.
Foram as cartas e toda a sua mística que me acordaram no silêncio desta noite. Escrevo postagens, sms, mas tenho saudade das cartas de outrora. Cartas de sonetos bucólicos com cheiro a rosas. Cartas de fios de ouro redondos, cartas de pergaminho e tinta da china.
Daquelas cartas com letras douradas passadas a ferro...Cartas de Eça ou Camilo, cartas leves de Júlio Dinis, mas cartas ... simples cartas com cheiro jasmim e debruadas a ouro...cartas encantadas cheias de historias de amor com palavras de mel...e pingos de paixão. Cartas que tão bem foram guardadas em sedas e veludos. Cartas que saudade deixam pelo seu místico palpitar...cartas de correr ao toque da campainha do carteiro. Cartas lidas no silêncio ronronante de uma tarde de verão.
Cartas simples cartas

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