fidelidade




As pessoas realmente frívolas são as que só amam uma vez na vida.
O que elas chamam lealdade ou fidelidade, chamo eu letargia do hábito ou falta de imaginação.
A fidelidade representa na vida emocional o mesmo que a coerência na vida do intelecto, apenas uma confissão de impotência.
A fidelidade!
Tenho de a analisar um destes dias. Está intimamente associada à paixão da propriedade.
Há muitas coisas que atiraríamos fora se não receássemos que outros as apanhassem.
Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'

4 comentários:

Anónimo disse...

É esse o teu lema de vida??? que pensamento pequeno!!! zero fidelidade, a nada, a ninguém, a coisa nenhuma...nem por ser o Oscar Wilde a dizê-lo significa que está correcto este ponto de vista, principalmente porque foi alguém amargurado e infeliz...

Dulce disse...

Se me permite dizê-lo:

Para mim, uma "confissão de impotência" é exactamente o contrário - a infidelidade.

Essa incapacidade de amar a um só alguém, essa incapacidade de estabecer um vínculo de lealdade com uma só pessoa, isso sim... é impotência, é frivolidade.

Aqueles(as) que querem amar muitos(as) acabam por não amar ninguém, e quiçá, nem a si mesmos(as).

Anónimo disse...

Sentiram a minha falta??? "A lingua é um sabre que pode trespassar o corpo" Yonsan...Boa, Dulce, só acho que quem ama todos não ama verdadeiramente, nem ninguém, nem a si próprio, por não se conhece nem aqueles que julga amar.

Marta Rocha disse...

Em boa verdade, não foi Oscar Wilde que o "disse", mas uma das suas personagens: Lord Henry. Este personagem, para Wilde, representa o que o mundo pensa dele (como vem na Nota Introdutória) e nem mesmo Wilde pensava isso, julgo. Mas Lord Henry disse outras coisas interessantes sobre a fidelidade, o que mais gostei foi desta frase:

"Os jovens querem ser fiéis e não são, os velhos querem ser infiéis e não podem."

Adoro este livro, está à cabeceira.

"Revelar a arte e ocultar o artista é o objectivo da arte" OW