Depois de ter escrito postagem de ontem ainda fiquei a meditar mais algum tempo em variadíssimas incongruências sobre os argumentos ao sim no referendo que será realizado para a despenalização do aborto.
Já que se fala e estuda sobre a liberdade sexual e a livre disposição do corpo há algo que dificilmente consigo entender que é o papel do pai. É que em boa verdade ele também tem direito à sua determinação e liberdade sexual, ele também deve ser responsável nessa sexualidade, aliás classicamente ele é o primeiro responsável quando há gravidez, mas em contra partida ele não é tido nem achado na decisão de aborto. Claro vejo já um sem numero de vozes a referir que o corpo é da mulher e ela tem o direito de decidir sobre o que fazer, sozinha...só que um filho não se faz sozinha, este é o ponto mais básico. Além do mais qual é a diferença entre estar grávida e abortar? Na origem não há diferença a diferença está no resultado final. Ora assim sendo qual o fundamento da obrigação e responsabilização do pai quando há gravidez a prosseguir e qual o que na mesma medida o afasta do poder de decisão. Sobretudo se pensarmos em vários outros direitos e factos. Ora o direito à igualdade entre sexos é um direito reivindicado e exigido na prática. Mais pratica tem várias decisões judiciais provado serem os pais melhores tutores dos filhos sendo a guarda dada a estes, o paradigma da mãe como elemento parental primário ao filho está em mutação.
Mas uma das razões mais fortes ainda para eu não entender essa não posição participativa do pai no caso de aborto reside no facto de que a existência de um novo ser humano só poder ser uma realidade através da união de uma célula viva masculina e uma célula viva feminina. Ora onde fica a autodeterminação do ser humano da espécie masculina na sua liberdade de dispor do teu património biológico e genético...
não fica! Pois conflitua com um direito de auto determinação do corpo da mulher que segundo os adeptos do sim é superior ao valor Vida, ora sendo assim mais será em relação ao valor autodeterminação masculina.
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1 comentários:
Acho que pegaste,bem,num aspecto pouco abordado na questão do aborto.Em muitas das discussões que ouço sobre a matéria parce que é uma questão restrita ao papel da mãe e que não existe mais ninguém que tenha algo a ver com o assunto.
E não é verdade !
Para mim,que sou favorável á despenalização do aborto em determinadas circunstâncias,choca-me que alguma esquerda pseudo vanguardista a par de algumas feministas descontroladas restringam toda a questão ao papel da mulher como se no acto de criar não existisse o homem com um papel igualmente insubstituivel.Penso que numa matéria tão delicada como esta,em que todos os debates são necessários e todas as opiniões são válidas,deve ser dada a devida relevância ao papel do pai.
Pelo menos dos pais que o querem ser.
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